1.    As Origens

O Projeto Cinema como Experiência Crítica, sob minha coordenação-geral, foi inscrito oficialmente como Projeto de Extensão Universitária da Universidade Estadual Paulista (UNESP) no 2º. Semestre do ano de 2004.

Desde 2003, eu esboçava uma proposta de investigação/projeto intitulado “Cinema como experiencia crítica” que visava, como diz o esboço, “elaborar uma metodologia para análise de filme numa perspectiva crítico-ontológica e dialética”.

O lançamento do Projeto Tela Crítica como Projeto de Extensão ocorreu com uma dinâmica de análise de filme ocorrida no decorrer do 2º. Semestre de 2004. Foi feita a análise crítica dos filmes “Blade Runner”, “The Matrix” e “Ou Tudo Ou Nada”. Esta foi a primeira dinâmica Tela Crítica (a última dinâmica Tela Crítica – presencial – ocorreria em 2012). Para ver todas as dinâmicas Tela Crítica que ocorreram na fase 1 do Projeto de Extensão, Clique Aqui.
 
O resultado final da elaboração da metodologia Tela Crítica ocorreu com o lançamento em 2010 do livro “Tela Crítica – A metodologia” (Editora Praxis).


Transcrevemos abaixo o histórico do cinema como experiência crítica que consta no documento Metodologia do site original do Projeto Tela Crítica:

“Em 2003, lançamos um curso de extensão universitária que pode ser considerado atividade pioneira e inovadora no ensino de sociologia do trabalho. O curso intitulou-se “Trabalho e Sociabilidade”, onde procurou-se utilizar filmes para discutir problemas do mundo do trabalho. Podemos considerar 2003 o ano de lançamento da proposta pedagógica do cinema como experiência crítica, nome original do Projeto Tela Critica. Foi em 2003 que o Projeto Cinema Como Experiência Crítica passou a ser parte integrante da programação dos Seminários do Trabalho, evento tradicional da UNESP-Marilia, organziado pela RET (Rede de Estudos do Trabalho). Discutimos o filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin.

Foi em 2004 que lançamos o site do Projeto Cinema Como Experiencia Critica ou Projeto Tela Critica, com análises de filmes e a Revista eletrônica de Sociologia e Cinema:
a revista Tela Crítica, primeira revista de sociologia e cinema do Brasil.

Além disso, como dissemos, 2004 é o ano de lançamento do Projeto de Extensão Universitária Tela Crítica, com sua primeira dinâmica de análise de filmes e o I Colóquio Tela Crítica (com apoio da Fundunesp e da PROEX-UNESP).

Em 2004, lançamos também os primeiros cd-rom's da série Tela Crítica:
"Tempos Modernos" e depois, "Beleza Americana".

A proposta de utilizar filmes para discutir temas de sociologia do trabalho seria retomada em 2005, num curso de extensão universitária à distancia intitulado "Trabalho e Sociabilidade - O Mundo do Trabalho Através do Cinema". Isto foi outra iniciativa pioneira do Projeto Tela Crítica. Além das aulas escritas, produziram-se, para este curso de extensão virtual, vários cd-rom's de análise de filmes como suporte midiático às atividades pedagógicas à distância. Em 2006, lançamos o mesmo curso de extensão em versão presencial. O livro "Trabalho e Cinema" (Ed.Praxis), Volume 1, lançado em 2006, é resultado deste experimento pedagógico primordial.

Em 2006, o Projeto Tela Critica lançou a Mostra CineTrabalho, mais uma proposta inovadora do cinema como experiencia crítica, que busca, deste modo, não apenas analisar o filme numa perspectiva critica, mas incentivar a produção de filmes independentes que tratam do mundo do trabalho. Com a Mostra CineTrabalho constituiu-se mais uma etapa do projeto cinema como experiencia critica, onde se coloca a importância nao apenas da analise critica do filme, mas a necessidade do incentivo à produção de videos e filmes independentes sobre uma dimensão essencial da sociedade burguesa - o mundo do trabalho. Inclusive, na proposta da Mostra CineTrabalho se coloca a idéia da mostra intinerante articulada com redes de cineclubes, escolas, associações comunitárias e sindicatos, consttuindo um amplo espaço de visibilidade do mundo do trabalho.

Em 2007, surge mais uma inovação na proposta primordial do cinema como experiência critica: a idéia das Oficinas de Vídeo Tela Critica, espaço de produção de vídeos independentes e de pesquisa-ação de grupos comunitários através da produção de conteúdos audiovisuais. São verdadeiras escolas de cinema comprometidas com a produção de imagens em movimento para a dinâmica de análise critica do filme e de ressignificação/desconstrução das imagens dominantes.

Enfim, a inovação contínua da proposta do cinema como experiência crítica significam que não se deve apenas buscar a analise critica de filmes ou incentivar a sua produção através da mostra de vídeos e filmes, mas produzi-los efetivamente, constituindo grupos comunitários produtores de imagens do mundo social capazes de ressignificar a percepção da realidade social. As etapas 2 e etapa 3 do Projeto cinema como experiencia critica são etapas complementares da idéia primordial do Projeto Tela Critica”.


2. Seções de destaque da Página Original do Projeto Tela Crítica

2.1 Análise de Filmes

Ficção-Científica
Horror
Drama Social

2.2  Dinâmicas Tela Crítica

2.3 Arquivo



3.    As fases do Projeto Tela Crítica

Podemos dividir o Projeto Tela Crítica em 3 fases:

Fase 1

2004-2014: fase de intensa atividade pública local e virtual com amplitude nacional e internacional.

Fase 2

2015-2019: fase de reduzida atividade pública com a utilização do Tela Crítica na abertura dos Seminários do Trabalho e das atividades didáticas da disciplina Sociologia do Trabalho. 

Fase 3

2020 – 2024: fase de intensa atividade pública virtual via lives, cursos de extensão à distância e produção de livros.


Iremos descrever abaixo as atividades da fase áurea do Projeto Tela Crítica, etapa de atividades que fizeram o Tela Crítica ser reconhecido no Brasil e no mundo: 


Na sua primeira fase (2004-2014) – a fase áurea- , o Projeto Tela Crítica envolveu o público da cidade de Marília (Paulo Mazzini e Lidia Basoli) e de outras cidades do Estado de São Paulo (Claudio Pinto), além, é claro, alunos da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp – Campus de Marília – principalmente do curso de ciências sociais. Passou a ter um bolsista de extensão (Elson Menegazzo). Com o apoio do bolsista Elson Menegazzo criou-se outro projeto de extensão – a Mostra CineTrabalho (em 2006) e depois, criei o Projeto CineTrabalho (a partir de 2008 com o lançamento do vídeo "Alfaiates de Marília" sob minha direção). 

Tela Crítica, MostraCineTrabalho e CineTrabalho compunham um sistema de utilização do audiovisual visando a formação da consciência crítica através do cinema. 

Tais projetos de extensão conexos passaram a gravitar em torno dos Seminários do Trabalho – que passaram a ocorrer a partir de 2002 na Unesp – Marília. Tanto que – a partir de 2008 – a pré-abertura dos Seminários do Trabalho era caracterizada por uma dinâmica de debate crítico de filme ligado ao mundo do trabalho. A maioria dos resultados práticos do Projeto Tela Crítica pertencem a sua primeira fase (revista, livros e cd-rom´s).

Foram publicados:

Trabalho e Cinema, Volume 1, ano de 2006
Trabalho e Cinema, Volume 2, ano de 2008
Trabalho e Cinema, Volume 3, ano de 2010
Trabalho e Cinema, Volume 4, ano de 2014

As dinâmicas de análise crítica de filmes eram concluídas com um Colóquio. Por exemplo, o I Colóquio Tela Crítica: Trabalho, Técnica e Estranhamento - Análise dos Filmes "Blade Runner" e "Matrix" ocorreu nos dias 10 e 11 de dezembro de 2004. Foi lançado também a Revista Tela Crítica de Sociologia e Cinema.

O Colóquio e a Revista inauguraram o Projeto Tela Crítica em 2004.

Em 2006 ocorreu um novo salto de inovação – além do Colóquio que deu origem ao Projeto de Extensão (com direito a um bolsista), tivemos a I Mostra Cinetrabalho e o primeiro Curso de Extensão à distancia do Projeto Tela Critica intitulado “O mundo do trabalho através do cinema” cujos artigos compuseram o Volume 1. 

Os cd-rom´s de análise crítica de filme se originaram dos cursos de extensão à distancia oferecidos pelo Projeto Tela Crítica. Entretanto, eram ferramentas de análise crítica de filme das dinâmicas Tela Critica. Assim, foi lançado em 2007 um dvd-rom com o material didático de slides de análise crítica de filmes produzidos para atividades em sala de aula e para o primeiro curso de extensão de 2006 com os filmes “Tempos Modernos”, “A Nós a Liberdade”, “Metropólis”, “Meu Tio”, “2001 - Uma odisseia no espaço”, “Beleza Americana”, “Segunda-feira ao sol” e “Laranja Mecânica” (os cd-rom´s eram enviados pelo correio para os alunos). A partir de 2010, os cd-rom´s passaram a ser comercializados na medida em que eram produzidos para os cursos e as análises críticas publicadas nos volumes da série Trabalho e Cinema.

Assim, os cursos de extensão – envolvendo alunos de todo o Brasil – deram origem também aos artigos publicados nos livros (Trabalho e Cinema). A partir de 2007/2008 criou-se a série de cursos de extensão intitulado “A precariedade do trabalho no capitalismo global” a partir do qual foram produzidos os artigos para a série de livros indicados acima (a série Trabalho e Cinema): 

Volume 1 – artigos avulsos e primeiro curso de extensão: O mundo do trabalho através do cinema (2006)
Volume 2 – artigos do curso de 2007/2008 (A precariedade do trabalho no capitalismo global) – primeira edição.
Volume 3 - artigos do curso de 2010: (A precariedade do trabalho no capitalismo global) – segunda edição. 
Volume 4 – artigos do curso de 2012: (A precariedade do trabalho no capitalismo global) – terceira edição.

As demais fases do Projeto Tela Crítica sofreram as mudanças do Brasil a partir de 2013. O esvaziamento do interesse do público local e a aceleração da vida social que desvalorizou atividades de extensão universitária e práticas de reflexão crítica, principalmente a partir de 2015, fizeram o `Projeto Tela Crítica recolher-se às minhas atividades docentes de sala de aula e às aberturas do Seminário do Trabalho. A partir de 2020, o Tela Crítica aproveitaria as possibilidades abertas pelas redes sociais e formas de transmissão pelo You Tube de dinâmicas de análise crítica. Abriu-se uma nova série de publicações a partir de seminários virtuais: a série “prismática” do Tela Crítica: Os prismas de Fellini, Os primas de Kubrick e Os prismas de Pasolini.